História Ferroviária

De Atlas de Laranjal Paulista

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Estrada de Ferro Sorocabana (EFS)

Logo da Estrada de Ferro Sorocabana.

A Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência. Em 1905, o Governo vendeu a ferrovia para um grupo anglo-americano de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas pela EFS.

Em 1919, o Governo voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno, desde os anos 20, passou a atender principalmente os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga.

(texto extraído de Estações Ferroviárias do Brasil - Laranjal (por Ralph M. Giesbrecht))

Resumo da história das estações de trem

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Laranjal Paulista

Estação velha

A antiga Estação Laranjal em 20/07/1927, visando sentido São Paulo.

Em 24 de junho de 1886, o trecho entre Cerquilho e Laranjal, então chamado de Ramal de Botucatu, é inaugurado, e a estação de Laranjal é aberta como ponta de linha[1], onde hoje é localizada a prefeitura. A inauguração era para ter sido no dia 13[2], mas por "motivos independentes da vontade da diretoria" da Sorocabana, a inauguração é suspensa[3] e, então, remarcada para dia 24.[4]

Após uma parada na ponte do Rio Sorocaba, o trem inaugural com a comitiva e moradores de Tietê e outras localidades chega a Laranjal à uma da tarde, onde se reuniam moradores e fazendeiros da região. No local onde seria construída a estação, havia uma "ligeira construção de tábuas e um arranchamento coberto com um toldo". A localidade é descrita como um dos mais pitorescos da linha em meio a capoeiras, lavouras e campos naturais, possuindo de "três a quatro casas" e "população diminuta". Houve confraternização, lançamento de foguetes e música de banda com aproximação do trem.[5]

O inspetor geral George Oetterer, que integrou a comitiva do trem inaugural, abre para o dia seguinte, 25 de junho, o tráfego provisório no trecho novo entre Cerquilho e Laranjal, com um trem de baldeação partindo de Laranjal às 8h30, passando por Cerquilho e ia até Tietê, para então fazer o percurso inverso e chegando em Laranjal às 17h45.[6]

Posteriormente, em 10 de novembro de 1886, o imperador do Brasil Dom Pedro II, durante uma excursão pela extensão da ferrovia, visita a estação e a localidade, e depois segue para a cidade de Tietê, onde é recebido com festividades.[7][8] O fotógrafo Julio Durski, que acompanha o imperador, tira fotos do percurso, inclusive da ponte sobre o Rio Sorocaba.[9]

Em março de 1899, a Sorocabana manda construir a edificação permanente da estação, tendo a residência do chefe já concluída[10], para substituir a precária de madeira, considerada "velho casebre de tábuas [...] e sem um abrigo para as famílias"[11]. As casas de turmas e outras melhorias da estação foram realizadas provavelmente nos anos seguintes, na mesma época de Piramboia (estação velha), que possui estilo arquitetônico semelhante.[12][levantar datas]

Foi uma estação importante, com plataforma dupla e coletava produção de toda a região do entorno (Pereiras, bairro Pederneiras etc.)[confirmar com a tese Sertões]. O Ramal de Botucatu passa a ser parte da linha tronco da Sorocabana; e o trecho então considerado tronco entre Cerquilho e Tietê passa a ser chamado de Ramal de Tietê.[levantar datas]

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Foto da ponte sobre o Rio Sorocaba em Sorocaba (1877)
Esta foto no Arquivo Nacional, tirada por Júlio Durski em 1877, é a ponte sobre o Rio Sorocaba, em Sorocaba [13], perto da estação da mesma cidade aberta em 1875[14] (posição estimada). Talvez a ponte de Laranjal era similar.

Retificação da ferrovia e estação nova

Inauguração da nova estação em 1940.

Nas décadas de 1920 a 1950 é realizada a retificação da ferrovia Sorocabana no trecho entre São Paulo e Botucatu. Em Laranjal, em 1939 e 1940, a ferrovia é transferida do Centro para o atual local, à Praça Antônio Alves Lima.

A estação nova é inaugurada em 11 de agosto de 1940, dotada de pátio, armazém, oficina, triângulo de manobras[1] e casas de turma [2].

Em 1945, o Governo do Estado doa todas as edificações e terras da estação velha para a Prefeitura de Laranjal com a condição de implantar a Avenida da Saudade, o Paço Municipal e área de lazer. A estação foi demolida para dar espaço à construção da prefeitura nova, inaugurada em 1964 (a velha ficava na Rua São Vicente de Paulo, também foi demolida entre 1990 e 1993).

Há ainda alguns vestígios da antiga estação: as Casas de Turma abriga hoje o Conselho Tutelar; uma construção isolada, no lado oposto, está a Secretaria de Assistência Social; o vestiário do Estádio foi implantado onde ficava o triângulo ferroviário; a praça Armando de Salles de Oliveira era onde ficava o pátio ferroviário sentido Capital; a rua estreita atrás da Loja Tiveron até o Cemitério era parte da ferrovia.

A estação nova foi servida de trens de passageiros até 16 de janeiro de 1999. Foi usada como centro de reabilitação e creche noturna. Hoje nela fica a Secretaria da Cultura e Turismo e centro cultural.

Cronologia

Armazéns da atual Rua 10 de Outubro e a Estação Laranjal (acima) em 1939-1940.
  • 24 de junho de 1886, a estação foi aberta como ponta de linha.
  • 10 de novembro de 1886, a estação é visitada por D. Pedro II.
  • Em 1899, ganha a edificação permanente da estação e a residência do chefe.
  • 11 de agosto de 1940, transferida para o local atual por motivo da retificação da ferrovia.
  • Cerca de 1944, o nome da estação é alterado para "Laranjal Paulista". A estação original é adaptada para ser residência de empregados.
  • 29 de janeiro de 1948, inaugura-se a eletrificação da linha-tronco da Sorocabana até a estação.
  • 1950-1960 (data incerta): a estação antiga é demolida e dá lugar para a prefeitura e casa da agricultura; e o pátio ferroviário, para Praça Armando de Salles Oliveira e a antiga rodoviária; o triângulo ferroviário dá lugar ao Estádio Accácio Luvisotto (1952?).
  • 1960-1980 (data incerta): os trilhos da linha antiga são removidos. Ainda em 1977, os levantamentos planialtimétricos do Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC) registram trechos remanescentes dos trilhos como "Ramal Abandonado".
  • 16 de janeiro de 1999, a estação atual deixou de receber passageiros. Nos anos seguintes, a eletrificação também é removida.
  • 2000?-2010?, usada como centro de reabilitação.
  • Em 2017, a estação é restaurada e se torna "Estação da Cultura" para receber a Sala do Turismo e a Secretaria de Cultura e Turismo do município. (2017?) A Guarda Municipal também é transferida para um dos anexos.
  • 27 de Abril de 2018, inaugura-se a "Revitalização do Complexo da Estação Ferroviária" [3], consistindo da estação e entorno.


Alterações com a retificação:

  • Quilometragem nominal: de km 200 para km 185 (ou km 185,478).
  • Altitude nominal: de 518 m para 500 m.
  • Altitude real: de 532 m para 500 m.

Dados antes da retificação obtidos deste mapa.

Maristela

Estação Maristela 1939-1940.

Em 21 de julho de 1887, é autorizado o tráfego provisório no trecho entre Laranjal e Conchas, mas sem registro de parada de trem no quadro de horários.[15]

Uma parada precária é implantada onde havia um cruzamento da ferrovia velha com a antiga estrada para a Fazenda São José, atual Rua Adolfino Alves, ficando conhecida como parada "José Alves"[16][17], nome do proprietário da Fazenda São José (não confundir com Coronel João Alves Corrêa, da Fazenda São João).

Em 1909, trens de passageiros paravam numa parada chamada "Kilômetro 206", segundo o quadro de horários da Sorocabana para 14 de julho de 1909.[18] Em 1904, não havia registro de parada no local no quadro. [19]

Em 1913, a parada se torna em estação como "Posto Telegráfico km 206". Muda o nome para Maristela em 1916. O prédio da estação ficava ao lado da Casa Belucci (esquina da Rua Adolfino Alves com Alameda Manoel Castanho).

Devido à retificação e rebaixamento da ferrovia em 1940, a antiga estação é demolida e uma nova é construída cerca de 280 m sentido Botucatu, no local atual, ao final da Rua José Pieroni.

Nos anos 1980 a estação estava em ruínas e trens de passageiros raramente paravam. De 2011 a 2015 constata-se que restava apenas a plataforma, algumas paredes e as placas de identificação. Em 2019, só a plataforma.


Cronologia

  • Em 1886, instala-se uma parada, precária feita de tábuas com um abrigo para passageiros, conhecida como Parada "José Alves".
  • Em 1913, a estação foi aberta como "Posto Telegráfico km 206".
  • 11 de novembro de 1916, inaugura-se uma nova estação e recebe o nome de "Maristela" (segundo Ralph Mennucci Giesbrecht, o nome foi dado em 01/11/1919 [4]).
  • Em 1920, suas condições já eram precárias conforme relatório do Estado.
  • Cerca de 1940, foi transferida para o local atual por motivo da retificação da ferrovia.
  • Na década de 80, já estava em ruínas. Hoje a estação não existe mais, sobrando apenas a plataforma.

Mapa do velho e do novo trajeto da ferrovia


Antigo trajeto da ferrovia dentro do município e pontos de interesse.

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Fotos

Estação "Laranjal Paulista"

Estação "Maristela"

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Referências

  1. Correio Paulistano, n. 8.950, 26 jun. 1886, p. 2 (col. 1).
  2. A Província de São Paulo, 09 jun. 1886, p. 2.
  3. A Província de São Paulo, 10 jun. 1886, p. 2.
  4. A Província de São Paulo, 12 jun. 1886, p. 2.
  5. Correio Paulistano, n. 8.950, 26 jun. 1886, p. 2 (col. 1-2).
  6. A Província de São Paulo, 23 jun. 1886, p. 3 (col. 5-6).
  7. Correio Paulistano, 17 nov. 1886, p. 2 (col. 1).
  8. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 14 nov. 1886. p. 1 (col. 3).
  9. Correio Paulistano, 17 nov. 1886, p. 2 (col. 1).
  10. Correio Paulistano, 28 mar. 1889. p. 2 (col. 1).
  11. Província de São Paulo, 09 fev. 1898, p. 3 (col. 3).
  12. Relatório da Companhia Sorocabana e Ituana, 16 ago. 1900, p. 16.
  13. Souza, João Márcio Dias de. Tipologias arquitetônicas nas estações da Estrada de Ferro Sorocabana (dissertação de mestrado). 2015. p. 27.
  14. Estações Ferroviárias do Brasil. Sorocaba.
  15. Correio Paulistano. ed. 21 jul. 1887. p.1 e 4
  16. O Commercio de São Paulo, n. 2.763, 21 nov. 1901, p. 1 (col. 5).
  17. Annuário Genealógico Brasileiro, São Paulo, n. 7, p. 317, 1945.
  18. O Estado de São Paulo. ed. 12 jul. 1909. p. 7.
  19. O Estado de São Paulo. ed. 27 jun. 1904. p. 3.


Normas legais relevantes

Leis e decretos estaduais:

  • Decreto n° 306/1895, aprova a planta para a nova estação - Jurumirim - entre as de Cerquilho e Laranjal, da Companhia União Sorocabana e Ituana.
  • Decreto Estadual nº 15.287/1945, doação de terras da antiga EFS para Avenida da Saudade, Praça de Esporte Municipal e Paço Municipal.
  • Lei Estadual nº 2.985/1955, venda de terrenos da antiga EFS na rua Vital Brasil e praça Santos Dumont (atual Praça Armando de Salles Oliveira?).
  • Lei Estadual nº 5.313/1959, doação do antigo armazém de carga com plataforma e antigo depósito de locomotivas da EFS a municipalidade.
  • Lei Estadual nº 3.175/1955, desapropriação de terras para abertura de rua para Estação Maristela.
  • Decreto Estadual nº 51.454/1969, doação de sino pertencente à Estrada de Ferro Sorocabana à Capela Rural do Bairro do Abaulado Nossa Senhora de Fátima, de Laranjal Paulista.


Projetos de lei:

Ligações externas

Sites

Vídeos

Monografias, teses e livros

Páginas das estações no site Estações Ferroviárias do Brasil



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